domingo, 31 de agosto de 2008

E largava as roupas pelo chão...

Quieta, sentada, bebendo, conversando, alheia.
De repente, ele chega, senta, puxa papo, insiste, brinca, se faz notar.
Ela resiste, não liga, não dá papo, não endossa.
Ele continua, persiste, agrada, encanta, seduz, a leva.
Ela cai.
Eles saem. Ele, solícito, gentil, cheiroso, inteligente. Fala de trabalho, viagem, desejos, faz bico, tira graça, cativa. Não liga, cobra presença, deixa sua marca, diz que sente sua falta. Fala da vida, dos irmãos, da família, conta sua história, mesmo sem ela o pedir. Pergunta onde ela quer ir, coloca o óculos só pra saber a opinião dela, conta sua maior decepção, escolhe sua música favorita.
Ela, incauta, pensa, repensa, imagina, se ilude, espera, deseja, faz planos.
Compra um vestido que não faz seu estilo, olhando-se no espelho, pergunta se ele irá gostar. Pensa em como vai prender o cabelo, e o que vai dizer. Fala dele pra melhor amiga.
Se apronta, se perfuma, calça um sapato especial, e coloca o tal do vestido. Espera.
E espera.
Passa da hora. Passa do dia.
Quando não espera mais (alguém acredita?), ele liga. Se atrasou, esqueceu, o cachorro morreu e o carro pifou.
Ela, não acredita, mas se esforça, incauta, a coitada.
E torna a esperar.
Ele aparece. Lindo, cheiroso, brilhante, gentleman as always.
Ela, cada vez mais na expectativa, cada vez mais sonhadora.
Ele a leva pra almoçar, tomar sorvete, tomar um chope, conversar. Liga, depois de sair com os amigos, pra dizer que sentiu sua falta, se ela sentiu a dele. Comporta-se como um príncipe, faz suas vontades, entende suas palavras.
Ela o vê como promessa. Do que vai vir, do que pode ser.
Ele a vê como ela não esperava que fosse. Calma, centrada, inteligente, bela.
E justamente, quando ela não mais esperava, ele vai embora, levando sua presença, e deixando um vazio que ela não queria que estivesse lá. Sobrou só a lembrança.
E um vestido, que ela nunca usou.

Domingo eu quero ver o domingo passar

Domingo.

Egua do dia estranho...

Geralmente, aos domingos, me dou a desplante de só acordar depois das 14h, e passo o resto do dito, me recobrando dos excessos do final de semana. Ou seja, nunca preciso me preocupar com o que eu vou estar fazendo (Não sou atendente de telemarketing, e SIM!, fiquei com vergonha de ter escrito isso).

Mas, eu não sai nesse sábado, não estou de ressaca (todo mundo que eu conheço está), me acordaram ao meio-dia pra almoço de família, são 14h20, já li o jornal, arrumei o quarto, já li e reli, e li de novo e mais uma vez os livros que estão aqui e li as fofocas do dia (limesmo) e eu não tenho MAIS nada pra fazer, a não ser esperar pelas 7 da noite, onde irei à casa da minha avó, fazer nada lá.
Notem o tamanho do meu desespero!

Não é dia de sair, não é dia de trabalhar (pelo menos não ESSE domingo, mas estou divagando...), não é dia de tevê, é dia de futebol e eu odeio futebol.
Dizem que é dia de ir ao cinema também, mas as filas são tão enormemente absurdas, que prefiro ir assistir ao Faustão.
Calma, também não é pra tanto, só pra exemplificar o quanto não dá.
Também dizem que é o dia da preguiça, mas como eu não sai ontem, tô completamente desperta, e sem ânimo pra ficar rolando na cama.

Enfim, é um dia que eu não sei o que se faz.
Mas no qual eu tô muito afim de fazer algo, ou vou começar a ter surtos psicóticos sangrentos.

Alguém tem alguma idéia?
Alguém...?

'Domingo eu quero ver o domingo acabar...'

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vai uma tequila aí?

O texto já foi escrito há um tempinho, mas quando li o do Coisa Errada, me identifiquei completamente, ainda por cima, hoje é sexta-feira! Claro que o da Rachel tá dimás de melhor, mas aí vai a minha experience.

A consciência supostamente acorda. "Quem sou eu? Que gosto de aço é esse na minha boca? O que é vir a ser eu? Onde o tal do 'eu' tá?".
Isso tudo num lampejo tão rápido e instantâneo, que tens certeza de que morrestes e ainda não sabes. No mesmo nanossegundo pensas que se não morrestes, as dores na tua cabeça junto com as reclamações da dupla estômago+fígado, te fazem desejar que o fim realmente esteja próximo, tipo, no próximo nanossegundo.
E isso tudo aconteceu antes mesmo de teres aberto os olhos, coisa que num nível sobrenatural, sabes que vais ter que fazer e que a sensação não vai ser nada agradável.
Mas vamos lá...
Um olho, pow!, a primeira marretada, os dois, pow!², quase como quando descobres que a tua irmã mais nova tá grávida do teu namorado, ou o time de futebol do Brasil ganhou um jogo realmente importante.
Aí tu começas a tentar te lembrar qual foi a hora que o carro onde tu tavas bateu, já que a dor tá insuportavelmente latente, já pensas até em apalpar os teus membros, pra ver se estão todos inteiros, e aí... Um flash, seguido de uma profusão de outros.
Risadas, shots de tequila, baldes de cerveja indo e vindo.
Subitamente, sentes que o que quer que tenha ocorrido na noite anterior, foi mais desastroso que um acidente de carro.
É difícil, mas levantar é preciso, e opa!, por que o mundo ainda deu essa súbita giradinha?
Mas nada é tão impactante quanto a tua cara no espelho. Pareces uma refugiada de guerra, que passou dois anos escondida num porão, sem água, luz, ou presença humana, e que escapou antes de levar um sabão: o rímel mal removido pregou que nem chiclete em todos os lugares, menos nos teu olhos, a pele com um aspecto de pupunha às três da tarde, os olhos completamente fundos, e lógico, o cabelo! Meu Deus, o que aconteceu com os fios escovados de ontem? Eles estão do tamanho da juba da dona Elba (sem direito a cachos definidos, ou uma armação milimetricamente arrumada, ou ainda com aspecto semelhante de ter visto uma escova num raio de 800km, obviamente!), ele tá parecido com o cabelo do Gene Simmons em final de show, quando o Kiss ainda pintava a cara e comer morcegos no palco era da hora!

Novamente, morrer ainda não é uma opção.
Tomar banho, é isso! Depois disso melhora.
No chuveiro, nem com meia hora de chuveirada gelada, teu cérebro dá sinal de que vai voltar ao seu estado normal, mas viver é preciso.
A primeira roupa do guarda-roupa. Qualquer calça jeans que dê, uma blusa confortável e folgada, um sapato bem baixo, e uma tiara na cabeça, afinal, não teve acordo com o cabelo, Leãozinho!
Enquanto tentas te parecer menos com um zumbi de algum filme do Robert Rodriguez, ficas vasculhando a mente, tentando conectar os vários flashes desconexos que passam pela tua mente. "Eu cheguei e sentei... Bom, só lembro até aí... Que horas o segurança me expulsou do banheiro? Foi antes ou depois d'eu fugir do carro do Henrique? Não, isso foi depois que o garçom pediu pra gente ir embora porque o bar tava fechando... Mas então quem me deu aquele pirulito? E aquela garrafinha de água que tá na minha cabeceira, eu cheguei a beber aquilo? Quando eu apresentei o Fernando pra Marcela? Quem é Fernando?” e cRássica, lógico: “Como eu cheguei em casa?"

Toca pra cozinha, meio cambaleante, ainda incerta se realmente o efeito do álcool já se foi, ou ele tá só te sacaneando, indo e voltando como um daqueles teus ficas, no final de semana.
E só pra começar a manhã, um combo de coca-cola-hiper-gelada+dorflex+e-algumas-muitas!-gotas-de-dramin! Ah! O dramin... É melhor beberes direto do vidrinho, gute-gute... E toma-te coca-cola!
Enquanto tu saboreias aquele líquido da cor do petróleo e tão rico nesse momento quanto, olhas pro lado, e a tua secretaria tá te olhando, com aquela cara de "a-noite-foi-realmente-boa-parabéns-pela-ressaca", tu pensas "se eu prometer não beber mais, alguém põe fé em mim"? A resposta, é tão divertida quanto os surtos de enjôo que a gastrite envia nervosamente pro teu cérebro.

Então, olhas pro céu, e quase crêes que Deus deve ser um cara com um senso de humor, no mínimo, excêntrico, porque são 8 da manhã de um DOMINGO, tás indo trabalhar e a previsão de volta pra casa, é, não NUNCA antes, às 8 da noite.

Ahhh, e o melhor: tu, na casa do teu cunhado, morrendo de dor, de ressaca, de qualquer coisa, desde que morras, quando a mãe do dito pergunta: "Mas, minha filha, o que foi que você comeu? Pra tá vomitando tanto...", e a tua irmã (ah!filhadaputa) responder:
"Comeu? Pergunta o que ela BEBEU, né..."
Life wouldn't be better.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Good little girls, they never show

Tava lendo o Manual do Cafajeste hoje, e fiquei pensando, e pensando, e aí, pensei mais um pouco, e acabei confirmando o que eu já pensava antes.
Mulher é mais machista que homem, em certos aspectos.

Exige direitos iguais, mas espera que o cara pague a conta.
Exige que o cara seja romântico, mas depois de um tempo namorando, fica desleixada.
Diz que homem é preconceituoso, mas se conhece uma mulher que transa com quem tá afim, chama de galinha.

A maioria que eu conheço tem um verniz de cabeça-aberta, mas atitudes de tia-avó-solteira.
E não vou fingir que não acontece comigo. Eu também sou machista, em certos níveis.
Só me irrita certos julgamento infantis e infundados.

Me irrita mulher não poder sair sozinha, porque é piranha. Quer sair, se divertir, porque tem que esperar pela aprovação alheia?
Me irrita mulher não poder ficar sem namorado. Desde quando ter alguém é sinônimo de ter felicidade? Conheço inúmeras pessoas que seriam mais felizes sozinhas, mas que tão aí, amargando um relacionamento falido.
Me irrita mulher pensar que só é feliz com homem.
Me irrita o papel de vítima, o de sexo frágil. Tu queres reconhecimento, mas ainda queres que te tratem diferente, com mais cuidado? Não tem algo de errado na estruturação desse pensamento?

No começo do século passado, mulher com mais de 20 anos solteira era vergonha. Na metade do século, mulher desquitada era o fim (E nem tão passado assim. Quando a minha mãe resolveu se separar do meu pai, no começo dos anos 90, a amiga mais próxima dela se afastou, porque 'o-que-poderiam-pensar-de-uma-mãe-solteira'?). Agora, depois da tão 'sonhada', comentada, quista e endeusada revolução sexual, mulher que dá pra quem quer é puta.

Novamente, tenho flashes de sangue, cutelos e membros despedaçados.

Também não vou ser hipócrita e dizer que tudo é culpa das calcinhas.
Não, o mundo em si ainda é machista, ainda tem-se a visão dos machos dominantes, que têm que ser os provedores da casa, e as mulheres submissas, que passam, lavam, cozinham e esperam o bem-amado com uma taça de Martiní na mão.
Mulheres ainda ganham menos, seu trabalho ainda é menos reconhecido e elas ainda têm que batalhar mais pra se sobressair.
Isso é fato.
Mas é fato também que muita gente tá muito acomodado no papel de eterno reclamante, 'ai-como-eu-sofro...'!

É aquele velho e batidíssimo papo: a mudança começa pelo interno.
Só quando parármos de julgar umas as outras, vamos ter direito de exigir mais coisas iguais.
Enquanto ainda chamares aquela loira-com-calça-da-Gang-e-salto-acrílico de puta, vais tá caindo no mesmo papel-lugar de milhares de anos, repetindo as mesmas desculpas, prolongando os m e s m o s lamentos.

Acho que o mais me irrita é a gente ficar esperando flores sempre. Às vezes, custa sair e plantar logo a droga do jardim, pombas?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca

Ela virou, e olhou pro espelho.
Quanto tempo não se olhava.
Quanto tempo não tinha orgulho em se olhar.
Não que ela visse e sentisse orgulho da carne. Não que olhasse para o corpo, apesar de não negar querer mudar aqui e ali. Em um dos seus filmes favoritos, a atriz dizia que não querer nada era sinal de depressão, de desespero.
Mas, simplesmente, ela podia olhar e ver seus olhos.
E ela gostava de olhá-los.
Achava impressionante que poucas pessoas soubessem realmente a cor de seus olhos. Eram claros, sim. Não eram verdes. Tinha perdido a conta de quantas pessoas já a tinham olhado, como se lhe vissem pela primeira vez, e perguntando se os seus olhos eram verdes.
Eram castanhos claros, meio amarelados, meio, cinicamente falando, adocicados. Não eram grandes, e tinham um jeito meio rasgado, um pouco oriental, que ela não sabia de onde tinha vindo.
Alguém também já tinha dito que eles não falavam, que eram capaz de guardar a chave do mundo. Ela podia ser expressiva, mas adorava poder olhar e nada dizer.
Uma vez fechou os olhos do um ex-namorado, e perguntou qual era a cor da sua íris. Ele acertou, ela achou que era a melhor coisa que ele podia ter dito.
Mas ela preferia assim, contava no dedo as pessoas que sabiam, e sendo assim, as que lhe olhavam de verdade.
Ela gostava de olhar pra eles. De ver as nuances diferentes que a luz e o espelho provocavam. Procurar gestos, identificar atitudes, estudar reações.
Assim como adorava olhar diretamente em outros olhos, perscrutando o que estava atrás das palavras, e deixando que a pessoa tentasse devassar o que estava atrás dos seus.
Mas que ninguém se enganasse.
Não era sempre que ela se permitia isso.
Simplesmente, às vezes, se sentia tão errada, que tinha vergonha de olhar pra eles, de enxergar sua própria ação, de olhar diretamente para aquele farol, que mostrava tudo de errado que alguém poderia fazer.
Mas dessa vez não.
Dessa vez ela se sentia feliz.
Tinha vontade de se olhar e sorrir.
De sorrir e viver.
De viver e amar.
Quem não deseja isso?
Quem não quer se olhar no espelho e poder dizer 'enfim!'?
Ela sabia que não era sempre assim.
Ela sabia que, às vezes, teria vergonha de seus atos.
Mas essa noite, ela estava feliz.
Essa noite, seus olhos brilhavam.


* Esse texto é uma reedição do meu antigo Mulher Alterada. Tava relendo alguns posts, gostei, e como tô sem inspiração pra algo realmente decente (ou não ;)), foi ele.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

But you can put the blame on me

Eu seeeeeeeeeei que falar de política em época de campanha, ou em qualquer época, é pedir pra levar um esculacho, mas eu topo o risco de ser chamada de idiota.

Tu percebes o quanto o senso de cidadania, política, direitos, noção, ou mesmo SANIDADE é avacalhado quando os candidatos à vereador da tua cidade (nem falo dos prefeitos, porque aí, é sacanagem) confundem visibilidade e 'fama' com capacidade de planejamento, organização, altruísmo e metas plausíveis de governança.
Indo cobrir umas pautas essa semana, tive a oportunidade de ir em vários cafundós de Belém, onde proliferam propagandas, santinhos, muros pichados, carros de pamonha, e toda sorte de campanha eleitoral, e juro, nessa hora me senti parente próxima de algum guerreiro mongól, com pensamentos envolvendo candidatos acéfalos despedaçados, cimitarras e sangue, muuuuuuuuuito sangue.

Explico.

Nas minha andanças por aí, vi a profusão de candidatura de animadoras de festa infantil, jogadores de futebol, cantores de banda popular, donos de inferninhos, e mais uma penca de personagens-exús.

Pra não criar conflito, eu falo logo que não tô questinando o plano de gestão de cada um, apesar de conhecer o de alguns e ficar com mais vergonha ainda, e nem vou entrar no mérito de que existem pessoas REALMENTE dispostas a fazer algo (tá, já sei que tu tens um candidato bom, que é diferente, e blá blá blá), vou entrar em outra vertente do causo.
O que me deixou (e deixa!) revoltada é um idiota qualquer, que porque é conhecido na cidade, por se apresentar vestido de palhaço em festas, acha que tem capacidade pra se eleger. É utilizar a 'fama' (ah, peloamordedeus!) para chegar num lugar, onde no mínimo, gente com massa encefálica ativa deveria estar. Mas talvez o pior nem seja um energúmeno qualquer se candidatar, o mais ridículo é votar nesse ser.

Vamos lá: vais dizer que não conheces alguém que votou no Enéas, só por curtição? Ou que votou naquele jogador do teu time porque o cara joga pra caralho? Não vou nem tão longe: quem nunca votou em um professor, amigo, parente ou sei-lá-conhecido que nunca teve qualquer engajamento político e do qual você não conhece patavinas das propostas, mas o cara decidiu tentar uma vaga, e tu como amigo-conterrâneo-conhecido resolveu dar uma força? Não é muito diferente de votar num cantor de banda popular porque tu achas ele bonitinho. E acreditem eu conheço pessoas com esse pensamento.

O que mais me revolta é ver que todo mundo mete a sua colher na política brasileira, mas na hora de votar, fazem a mesma merda de sempre.
Em quem tu vais votar?
- Num professor que eu tive aí...
- No meu tio que roubou uns milhões dos cofres públicos...
- No jogador do Paysandu, cara, o time tá precisando... (!)
- No Esqueleto, gosto que só da cerveja que se serve no bar dele...

E dá-lhe festival de sancides.
Temos 573 candidatos só em Belém, isso os sem problemas com o TSE, porque se forem computados esses outros, o número pula para 659 . Desse montante, 35 supostamente deveriam lutar por melhorias. O site do Transparência Brasil mostra que dos 35 vereadores que estão na Câmara agora, 8 têm pendências na Justiça. Maravilha, né? Agora quero ver assumir que votou no doido. Quero que se acuse também um cara que votou em um vereador e saiu pra pesquisar o que que o cara tava fazendo lá dentro, por que esse eu quero reverenciar...

Ainda no Transparência, a gente descobre que o orçamento para 2008 da Câmara de Belém é de R$ 34.393.596. Dividindo esse número, por vereador, dá R$ 982.674,17. Ou seja, cada mandato desses senhores custa aos cofres públicos quase um milhão de reais por ano! Aí, fazendo uma nova continha, do total dos gastos com a Câmara pela população da cidade, o número resulta em R$ 24,41 por morador de Belém.
É pouco?
Pra quem sobrevive com R$ 100 por mês, tendo que alimentar mulher, três filhos, pai, mãe, pagar luz, água, comer (Com o feijão, 'o cara' da alimentação do povo brasileiro, batendo na casa do R$ 5), ir de um lugar ao outro, roupa, SAÚDE? Pensa de novo, pode não chegar nem na metade do que tu ou eu, não vou tirar o corpo fora, gastamos em uma noite de farra, mas pra um cara que sofre pra sobreviver, porque viver é luxo, R$ 24,41 é um dinheiro muito suado pra jogar pelo ralo.

Gente morre toda hora na rua, sem chão, sem comida, sem dignidade, e as pessoas votando em políticos que beneficiam aos seus 'poucos e bons'. De quem é a culpa? Quem elegeu, e ainda vai eleger esses 'palhaços', literalmente?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Como eu não pensei nisso antes?

E o post de hoje vai pro Gustavo. Espero que esteja à altura das suas expectativas, e dos seus elefantes magros.


A mente é um bichinho que um dia, Ah! Um dia..., eu hei de entender.
Entender o pensamento, principalmente os meus, é algo que só quando eu estiver no level jedi de ser, talvez eu ache uma explicação, mas hoje terminei o dia pensando sobre a mente e seus pensamentos.

Às vezes, eles parecem um bicho amigo, sabe, igual aqueles poodles, que só faltam enfartar de tanta felicidade quando te vêem, depois de passar uma tarde toda sem a tua companhia (Eu prefiro gatos! E não me apedrejem, por favor!). Eles são amigos, e sendo amigos, às vezes, utilizam-se da 'mentira amiga' pra não te fazer sofrer. Ou seja, te fazem acreditar que o Papai Noel, de verdade, existe, ou que um dia os impostos no Brasil serão menores, apesar do letreiro gigante em neon verde que fica berrando o contrário. A mentira é branda, e justifica-se, dizendo benéfica, tudo pra não te causar dor, pra tu ires levando a tua vidinha besta e crendo que amanhã, Ah! Amanhã!...
Um negócio muy amigo, muito atencioso, e até zeloso, sabe.
A mente pode ser amiga.

Mas, às vezes, Ahhhhh!!! Às vezes... (Fazendo aquela cara maquiavélica, que as crianças de 7 anos fazem, quando querem assustar as de 5, contando aquelas histórias do cara com uma machadinha, ou um cutelo, ou uma moto-serra, ou... Volta, Taynar, volta...)
Dá vontade de abrir o cerébro e perguntar diretamente à este senhor, o que, diabos, se passa lá por dentro. Por que na maioria das vezes, os pensamentos não são naaaaaaada amigos.
E de quem é a culpa, de quem, de quem? Um doce pro advinhão!

Pesquisando, pela, ó-salve-salve, internet, achei umas coisas legais.
Em média, temos de 40 à 60 mil pensamentos. É coisa pra caraleo, não?
Por um lado sim, mas se tu descobrisses que de 10 pensamentos que tivestes hoje, 7 tu pensastes ontem? É verdade, em matéria de pensar, não somos muito inovadores...
E mais um fato pra fazer a mistura: os cientistas (Cara, como são fodas!), hoje em dia, já estão desenvolvendo um processo que consegue dizer que imagem uma pessoa está olhando e que música está ouvindo, por imagens escaneadas das atividades cerebrais, o chamado "Thoughts read". É uma espécie de previsão-comprovadamente-real-à-la-Mãe-Delamare do que se passa na nossa caixola. Já é quase possível escanear as ondas criando 'imagens' dos nossos pensamentos. Claro que ainda é tudo muito experimental, mas o sentido é esse, um leitor de pensamentos.
Então, dessas, vamos dizer, 50 mil coisas que tu pensas por dia, 70% tu já pensastes anteriormente. E tem alguém capaz de 'ver' o que pensas...
Acho que muita gente ficaria com vergonha de pensar.

Olha só, se ontem tu pensastes na escalação do Botafogo pro jogo do próximo domingo, hoje vais pensar de novo isso. E ao invés de estar tentando pensar numa idéia realmente revolucionária, vais estar pensando as mesmas coisas, em como o técnico é um tapado por não escalar um daqueles centroavantes que jogam como se o mundo fosse acabar amanhã, ou em como o presidente do time podia contratar alguém de fora, pra levantar a moral da torcida, e por aí vai...
Sem perceberes, estás te chateando com as mesmas situações todos os dias, batendo cabeça com os mesmo problemas, perdendo fios de cabelo diariamente por deixar um problema te afligir quase que ad aeternum.
É, pensamento, nós temos que conversar.

Os cientistas (novamente eles, se eu fosse gênio, queria ser cientista), estudiosos desse órgão complexo e meigo que é o cérebro, afirmam que somos, num nível consciente, responsáveis pelo que pensamos. Algo a ver com neurotransmissores, alterações químicas e pensamentos de Collin Farrel e eu casados. Há!
Não, mas é sério.
Segundo pesquisas, parece que a felicidade, que nada mais é do que ter pensamentos positivos a maior parte do tempo, provoca alterações químicas no cérebro que exercem efeitos benéficos sobre o organismo. Da mesma forma que pensamentos negativos ou depressivos causam alterações químicas que prejudicam o corpo.
(Tá bom, vou parar com esse tom professoral, que tá ficando muito auto-ajuda)

É aquele negócio, no qual ou escolhes o teu bem-estar ou vais ficar a vida toda amargando a dor do membro que não existe mais. A velha história da dor que é o inevitável, o opcional é só o sofrimento. Leiam de novo. O p c i o n a l.
Ou seja, não tens como evitar uma queda, ela acontece, o teu time perdeu, aquele contrato não saiu, o namoro acabou: rala o teu joelho, deixa aquela marca e dói por algum tempo, como na hora em que tomares o banho, ou vestires aquela calça, ou ainda quando sair parte do cascão e sangrar de novo. É normal chorarmos algum tempo. Mas ficar se lamentando pelo resto da vida por causa da marca na tua perna... Bom, aí já é doidice.
Caiu, bateu, doeu, como diz o comercial, é inevitável não chorar. Mas chorar pra sempre? Não sei não...

Descartes, importante filósofo, físico, matemático, ator e modelo, nas horas vagas, disse que a essência do homem é pensar.
Se somos responsáveis, no nível consciente, eu sei!, pelo que pensamos, somos responsáveis então por nosso sofrimento.
Porque será que a gente reluta tanto em assumir isso?
Porque não assumir e até nos orgulharmos das nossas marcas, cicatrizes, hematomas?
Eles são a prova física de que sofremos e continuamos lá, firme e forte, prontos pra próxima aventura.

Todo mundo chora, todo mundo sofre, mas nem todo mundo tá cortando os pulsos, ligando pro tele-horóscopo pra saber se amanhã vai ser melhor, ou fazendo mandinga pra piriguete alheia morrer...

Então, é aquela coisa: ao invés de estares pensando coisas realmente novas, imaginando a tua viagem pra Reykjavík, como tu podes fazer com que aquele texto peba que tens que escrever todos os dias não saia nunca igual a cada novo dia, ou então, como simplesmente ser diferente todos os dias, pensar coisas legais, novas, interessantes e até mesmo, porque não?, completamente insanas, vais preferir ficar na escalação de futebol do teu time?

'Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente'.
(Descartes)

Moi aussi, tio!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Por um ócio mais criativo

Como o o Twitter não tá prestando aqui, e eu PRECISAVA divulgar esse link, vai por aqui, quem tiver tempo, vale REALMENTE a pena ler essa crítica.
Afinal, um cara que escreve que 'burocracia é o câncer que contaminou toda a sociedade industrial e a principal inimiga da criatividade', merece, com certeza, ser lido.
Ficadica.

But I mean nothing to you and I don't know why

O cara ideal é simplesmente o que pedistes a Deus.
Ele diz o quanto acha que tu és bonita e consegue te fazer acreditar que, de verdade, o elogio é sincero, mesmo naquele dia em que o teu cabelo acordou com um formato esquisito, e tás sem a chapinha pra dar um jeito na juba.
Ele lembra do perfume que tu usastes no primeiro encontro, e diz que não é o que estás usando hoje, e ainda é capaz de dizer que nenhum cheiro é igual ao teu.
Ele não te chama de apelidos manjados, como 'jujubinha', 'docinho', 'lindinha', ele te chama pelo teu nome, e nunca o escreveu de modo errado, mesmo que ele tenha dois Ys, três Ns e acento circunfléxico no terceiro E.
Ele sussura no teu ouvido aquelas coisas certas, ditas no momento exato pra te fazer sorrir de um jeito besta, sabe aquelas coisas que tu sempre sonhastes que o Brad ou o Collin dissessem?
Ele diz que uma hora não é suficiente pra estar contigo, mas faz de tudo pra te ver nem que seja por cinco minutinhos, na correria mesmo.
Ele faz aqueles planos mirabolantes pro suposto futuro de vocês: ir pra ilha de Mai Bay, ou simplesmente te acordar de madrugada porque tá afim de conversar.
Ele, com certeza, é o tipo de cara que tua mãe ia gostar de conhecer.

O cara ideal briga com o comprimento da tua saia ou do short, não gosta que tu saias só com homens e se estressa se algum cueca fica te olhando muito.
Ele diz que gosta de ti pra caralho e faz deseninhos de vocês dois juntos, tudo de um jeito bem macho, claro.
Ele te manda mensagem de manhã cedo só pra quando tu acordares, rires das piadas sem graças dele.
O cara ideal é aquele que não se importa com aquele pneuzinho ridículo que insiste em pular da calça, mesmo tu tomando todos os shakes e cházinhos milagrosos.
Tu não precisas te preocupar se o cara ideal vai te ligar no dia seguinte, porque é certo que ele vai ligar até no mesmo dia, com uma desculpa furada, só pra falar contigo.
Ele pode até não gostar dos teus amigos, mas faz um esforço hercúleo pra não falar mal daquele nerd, de quem és amigo desde a segunda série, afinal, se tu gostas, né...
Ele procura saber os teus anseios, o que te preocupa, o que te deixa feliz, qual pontinho do teu pescoço é o mais sensível.
Ele é aquele que tu não desejas magoar, porque é um doce, já que conseguiu até ganhar aquela tua amiga exigente e o teu irmão ciumento.

O cara é ideal não é feio, é inteligente, cheiroso, educado e te quer naqueles instantes em que tudo o que tu menos queres é ver alguém.


Se o cara simplesmente parece perfeito, porque às vezes não queremos o cara ideal?

'He's everything you want
He's everything you need
He's everything inside of you
That you wish you could be
He says all the right things
At exactly the right time
But he means nothing to you
And you don't know why'
.Vertical Horizon - Everything You Want.



*Dedicado aos caras chamados de 'bonzinho' e à todas as mulheres que já foram denominadas como 'pra casar'!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

É simples, mas é limpinho!

Dei uma melhorada no visú do blog.
Ainda não é uma Brastemp, na verdade, tá bem horrível ainda, mas com o tempo eu vou criando coragem e vergonha na cara pra fazer alguma coisa decente.
;)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ei, tem algo de novo na tua sala...

Eu ia escrever sobre um assunto completamente diferente, para o qual eu já tinha feito um bando de pesquisas, e blá blá blá whiskas sachê, quando eu decidi... Foudasse, vou escrever outra coisa.

Na verdade, outro dia eu pensei muito sobre o tal do elefante no meio da sala.
Não sei se vocês já leram sobre isso, ou coisa assim. Agora não consigo lembrar onde li pela primeira vez sobre essa teoria/pensamento/analogia/história, mas enfim...

É mais ou menos aquilo: tem um diabo de um elefante gigaaaaaaaaaante no meio da tua sala, mas tu simplesmente finges que ele não existe. Andas com cuidado no entorno, pra não esbarrar no bicho, não falas muito alto, porque vai que ele acorda, és capaz de até deixar uma verdurinha pelo chão (Ops! Caiu!), mas jamais assumes que tem um paquiderme na tua vida, e se alguém te perguntar, com certeza vais chamar o doido de... bem, doido! E afinal, se o dono da casa não vê o elefante, os outros acabam fingindo que não o vêem também, e assim dá-se o soneto...

Não é que tu não vejas o elefante ali, simplesmente... Se tu assumires que tem um problema, vais ter que lidar com ele, certo?
E lidar com problemas...
É, lidar com problemas, às vezes, é uma coisa bem chata.

É geralmente o caso da situação mal-resolvida.
Um trabalho que não te satisfaz, um namoro meio boca, uma amizade complicada...
Uma situação que exige trabalho, dedicação, e principalmente, muito estresse pra contornar, resolver e deixar pra lá.
Então, vais levando, empurrando com a barriga, fingindo que tá tudo bem, dizendo que o trabalho vai ser diferente, mais instingante amanhã; a chama vai reacender no namoro e vocês dois vão superar milagrosamente os problemas e serem amigos para sempre.
Bom, a não ser que tu te chames Cinderela, Bela, Ariel, ou qualquer outro nome registrado pela Disney, as coisas não funcionam assim.
Ainda tem um elefante na tua sala.
O que fazer?
Vender todos os móveis e fingir que adotastes o modo clean de ser na vida, ou assumir o problema e mandá-lo de vez pro Zoológico?
O negócio é complicado.

Sou a favor do grito, da briga, do choro, da solução.
É sair pra procurar um outro emprego, às vezes sem a mínima perspectiva, com dez contas em cima do criado mudo; é ficar sozinho nas noites de sábado, se sentindo o último dos seres humanos, enquanto todo mundo tem companhia; é ter que esquecer o que já foi uma grande amizade, porque nem o acaso salva algumas coisas.
É deixar pra trás certos preconceitos, vestir a armadura, calçar as botas de combate, selar o cavalo e ir pra batalha.
Na teoria, é tudo simples: lutar, lutar e quem sabe, triunfar.
Mas na prática, o bicho pega, literalmente, e esse quem sabe se torna mais doloroso, sangrento e perigoso.
Talvez tu amargues anos sem um emprego, tendo que viver à mingua, tenha que aturar o odioso Dia dos Namorados sozinho por igual anos, sem nunca achar a costela que finalmente te esquente, e tenha que ver quem um dia chamastes de 'amigo' te virar as costas e te esquecer.
Nobody said it was easy.

Quem sou eu pra mandar alguém lutar, quando, talvez, tenha meus próprios mamíferos entulhando cantos da minha casa?

Mas não sei se aguento viver no quase pra sempre.
Tendo que mentalizar constantemente aquilonãoestálá-aquilonãoestálá-aquilonãoestálá. Vivendo uma vida pela metade, sorrindo pela metade, prendendo a respiração, esperando o momento do bicho andar e destruir toda casa, o momento em que tudo vai cair.
Porque só no momento em que tudo cai, na famosa volta de 360° graus, tu consegues respirar até o fundo, soltar o putaqueopariu! e pensar como conseguistes viver t a n t o t e m p o assim.

Não tenho nada contra elefantes, desde que eles estejam na seu habitát, não na minha sala, atravancando a minha vida.
Resolver problemas é chato, dói pra burro e muita das vezes, a situação foge totalmente do teu controle, transformando a tua vida de uma forma completamente nova, diferente, algo com o que tu vais ter que te adaptar.

Mas quem disse que novidade é algo ruim?

Ter um elefante na sala, e ainda fazer com que ninguém comente.
Ter um elefante na sala...

Não quero mais ter elefantes na minha sala.
Mas e quando o elefante não está na tua sala, mas a outra pessoa não quer enxergá-lo, preferindo viver no faz-de-conta e te fazendo crer que é melhor assim?
O que fazer quando o elefante não está contigo somente, mas ainda te afeta?

Tu lutas, ou esqueces o elefante lá?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

It's all I know

Tem coisa pior pra marcar que perfume?

Alguns diriam música. Mas música... É, música também serve, mas perfume...
Bom, comigo, sempre funcionou mais.

Já teve situações em que eu estava andando no meio da rua, patetando, quando alguém passou do meu lado, com um perfume que me marcou muito. PLUFT! No mesmo instante eu párei e lembrei. Na verdade, lembrar não é o termo certo, eu vivi o momento de novo.
Alguém aí já assistiu Antes do Pôr-do-Sol?
Bom, no filme, Jesse, um escritor, ao falar sobre o livro que pretende escrever, diz que o tempo, na verdade, não existe. Algumas lembranças são tão fortes, que no momento em que estamos lembrando, estamos vivendo, de fato, novamente. Tu estás lá e aqui. O tempo é só algo que inventaram pra encher o saco.
Enfim, foi por aí.

Ao mesmo tempo em que estava parada no meio da rua, que nem um dois-de-paus, eu estava vivendo a mesma situação de anos atrás.

E essas sensações/momentos/lembranças/coisas sempre acontecem comigo...

Às vezes é um cheiro de comida, às vezes um hálito.
Às vezes, nem é o perfume em si que te marca.
E sim o conjunto da situação. Algo como perfume masculino forte e caro+suor+fumaça leve de cigarro+cheiro próprio da pele.
Tenho certeza de que, se essa combinação ainda não matou um, tá preste.

E tem aquela coisa: existem pessoas que, mesmo usando o Chanel nº5, o seu cheiro pessoal ainda imprime uma marca que diferencia tudo. E é geralmente essa marca pessoal que seeeeeeeeeeeeempre me mata...

Já tive ódio de determinada fragância; outra me marcou tanto que eu já uso há mais de 5 anos; já passei vergonha por perguntar que perfume o cidadão, que eu não conhecia, ovibio, usava; já saí correndo atrás de um rastro de perfume....
Enfim, perfume é um negócio engraçado.

O motivo d'eu ter escrito isso?

Um fantasminha que anda me perseguindo, mas que, infelizmente, ainda não consegui agarrar.
Such a shame.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ela não precisa mais de você, sempre o último a saber.

Mulher às vezes é o bicho mais besta que existe na face da terra.
E como eu sou uma, sei disso plenamente.

Mas quando tu já cometeste um erro algumas milhares de vezes, dá nos nervos ver alguém cometendo a mesma atrocidade. Ainda mais se for uma amiga.

Essa amiga, que vamos chamar de Christina, ficava com um doido aí, que vamos chamar de Mané.
A história já começou mal: enquanto eles ficavam, o doido me aparece ficando com uma prima de uma amigona dela.
Cristo falou em perdoar setenta vezes uns trocados, e eu acho que o doido devia ter uma boa lábia, então... Voltaram as boas! Ela não guardou mágoa no coração e continuou tratando ele do mesmo jeito.
Numa dessas coisas da vida, uma balada aqui, outra acolá, mesma roda de amigos, eles voltaram a se esbarrar.
E como diria a Roberta, abriram-se as cortinas: a palhaçada vai começar...
Eles estão ficando, e o seu Mané diz que sempre que eles se encontrarem, deviam ficar e blá blá blá, a minha amiga, que acreditem, não é besta (Olha, apesar dessa história, eu acredito que ela não é besta, na minha opinião, às vezes ela é até muito homem, sabe...), resolveu ir ver onde a história ia dar.
Continuaram ficando, quando de repente, o doido me muda o discurso. Agora eles estavam de fato ficando, sacramentado e tudo, e 'tudo tinha o seu tempo' (Acreditem, ele falou isso mesmo, out of the blue, e ela e eu passamos uma boa meia hora quebrando a cabeça, tentando entender o que, diabos, ele queria dizer).

Só que, as mulheres, conhecem os sintomas... Tu tás lá, na tua, há muito tempo sem ninguém, aí me vem um retardado, dizendo tudo que tu queres ouvir, e tem até a pegada (segundo ela, né, pela cara dele, eu não botaria muita fé), aí ela acabou meio que se envolvendo. Preciso dizer que foi o erro dos erros?

Okz.
Deixa eu resumir a história, ou vou ficar contando isso até a próxima encarnação.
Sexta-feira agora, nós saímos. E o doido lá. Simplesmente ele fica com outra amiga dela, na frente da minha amiga, off course, porque se fosse escondido, seria homem, não palhaço (Acho que vou mandar isso pro HTP!).

Agora vem a parte irritante, a minha digníssima amiga me vem com a seguinte pérola: não vou mais ficar com ele, mas vou continuar falando normalmente, porque andamos com as mesmas pessoas.

O i ?
An? Quê? Como? Como é que é?

Quase eu caio da cadeira quando ela disse isso.

O cara sacaneia ela, pela SEGUNDA vez, e ela me vem com essa?
Não to mandando ela virar a cara e fazer um bonequinho de voodoo com o nome dele, apesar de ser uma idéia muito boa, mas pelo amordeDeus, cadê o amor-próprio????

Se fosse EU... Okz. Aí deu o estalo.

O que mais me revoltou aí foi ver que eu já passei por essa situação, no mínimo, umas boas dezenas de vezes. Algum cara me sacaneava, e eu arranjava alguma desculpa pra não fazer nada, pra me resguardar, eu acho.
Eu tinha um ex (Ahhh, que maravilha são os exs namorados pra render história...) que vivia aprontando comigo. E eu sempre usava desculpas pra não ter que párar de falar com ele. Andavámos com as mesmas pessoas. Ter raiva no coração não era uma coisa legal. Queria ser uma pessoa superior. E até a mais clichê, e idiota, de todas: um dia ele vai perceber que errou e eu vou estar lá.

DESCULPA!
Isso tudo são desculpas! Quando alguém erra uma vez, com certeza merece perdão, pelo menos em alguns casos. Agora quando esse alguém sacaneia pela segunda vez, prova que perdeu todo o respeito que tinha por ti, e a tendência é só sacanear, e sacanear e por aí vai...
E, infelizmente, quando a gente gosta desse alguém, variando a intensidade disso, a gente sempre se convence de que não é beeeeeeeeem assim, ele não é tão mau, nós que não temos o direito de exigir, e a falta não foi tão grave assim.

Novamente, desculpas!
Ele é um idiota, e é assim. Tu mereces mais, e é assim. E foi grave, sim!

O respeito começa com o que temos por nós, só quem sabe teu verdadeiro valor, sabe o que vale a pena aceitar, e pelo que vale a pena lutar.

E homem... Desculpa aos que lêem, mas, ô, racinha, hein?
Não podem ver uma saia com uma piriguete dentro, que já saem com a língua de fora, babando e pensando com a cabeça errada.
Vai de nós mesmas mostrarmos que valemos mais que isso. O cara te sacaneia, e tu abaixas a cabeça, continuas do lado dele, como se nada tivesse acontecido. Tu esperas, de verdade, que ele tenha respeito por ti?
Numa situação dessa, eu já não tinha respeito por mim e queria exigir que o tivessem.
Absurdo, é claro.

E, tá bom, eu sei, isso acontece com homens também.
Eu também já vi acontecer. Já vi uma mulher pisa num amigão meu, e ele não agir. O que aconteceu? Pisou de novo.

Resumo da ópera: é aquela velha, e batida, mas ainda verdadeira, história, se TU (é, tu mesmo, porra!) não te dares o valor devido, quem vai dar? O pipoqueiro da esquina?

É todo o problema da tal da maçã. Eles(as) sempre têm preguiça de pegar a que fica la no topo. Prefere a podre, que tá mais acessível (leia-se: fácil!).
Vai entender.

sábado, 9 de agosto de 2008

Cai, cai, balão, cai, cai, balão...

No começo da manhã, eu ia postar um texto falando sobre labirintite, falta de equilíbrio e a minha propensão a passar vergonha, caindo em público (Eu juro! Nunca vi ninguém pra cair tanto quanto eu...!).

Mas antes de conseguir postar, tive que ir entrevistar a médica pra matéria (Ela não quis falar pelo telefone. Foi até meio grosseira, sabe, quase me bateu, se o telefone assim permitisse, mas pessoalmente foi muito gente boa), e não deu tempo. O que se mostrou uma coisa muuuuuuuuuuito boa, porque eu ia escrever merda.

A médica (Obrigada, Dra. Angélica!!!! :)) me explicou que quase todo o ser humano do mundo acha que porque sofre de tontura ou tem um desequilibriozinho, tem labirintite, quando na verdade, às vezes é só fome, estresse ou até carência!
Ela me explicou que 85% das tonturas (termo que representa todas as manifestações de desequilíbrio) têm como fundo algum problema no labirinto, um conjunto de sistemas que fica no nosso ouvido, e que se parece com um, ãnh, labirinto.
E lá foi me explicando um bando de coisas legais, sobre o que é, como a gente descobre se tá doente ou se é frescura (meu caso!), e várias outras coisas, algumas dela como esse parágrafo aí (eu juro que tá facinho de entender):

“Labirintite é uma desordem do equilíbrio, que surge a partir de um processo inflamatório que afeta os labirintos, conhecidos como ouvido interno, responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Uma pessoa consegue manter o equilíbrio porque seu cérebro recebe um conjunto de informações que são processadas para definir qual é a posição do seu corpo num determinado espaço (Eu acho que meu problema tá aí! Nunca sei meu lugar no espaço :P). Todas as células que revestem o ouvido interno recebem as ondas sonoras que fazem vibrar o tímpano, transformando-as em estímulos nervosos, que através do nervo auditivo alcançam o cérebro onde são decodificados os impulsos recebidos. Quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas (usar o cotonete, que acaba empurrando a cera ‘pra dentro’ é uma compressão) prejudicam a capacidade de ouvir e de manter a estabilidade, podendo causar tonteiras ou distúrbios do labirinto, levando à labirintite”.

Lógico que esse blog não é nenhuma enciclopédia médica, mas se puder ajudar, tá valendo, já que em ajudou a ver que meu problema é de pura monstrice, como diria uma amiga, ou lezeira aguda.
Mas, no caso de alguma dúvida ainda, que tal procurar um clínico geral e dá-lhe naquele super check-up?

P.S.: Tem coisa pior que trabalhar no final de semana? Lógico que tem, eu sei! Dor de dente, bater o dedão na quina do móvel, o Brasil perder pra Argentina (isso para algumas pessoas, já que de futebol, eu não entendo nem o básico)...
Mas, pô, você trabalha a semana toda, tem todos aqueles estresses do dia-a-dia, briga por um negócio, se atrasa pra outro, dorme de menos, se chateia demais, enfim, uma semana tão estressante como algumas no trabalho podem ser, e quando chega na sexta-feira, na minha opinião, o dia internacional do anti-estresse, e você finalmente vai poder dar aquela relaxada (sair, beber, ler aquele livro que tá na cabeceira há trocentos anos...), você olha pro temido quadro de avisos, e lá está: Sábado, 9hrs, Taynar.
E não obstante: Domingo, 8 HORAS, Taynar. Eu juro que tive vontade de chorar.

P.S.2: Ontem eu fui pra uma aparelhagem!!!!! To começando a achar que o telão que tem nesses negócios realmente só rivaliza com o do seu Bono mesmo... E, faço aqui uma mea culpa, mas acabei não falando nada sobre a história do Brega, mas o Gustavo, um amigo meu, deixou um comentário no texto, nos falando um pouquinho sobre de onde vem, por onde vai que tá bem legal... Thanks, Guh!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Teu pai toca, tua mãe dança, ah ah ahhhh!

Minha rotina no trabalho quase todos os dias é a mesma: chego, ligo o pc, abro o site do jornal, abro meu email, respondo os mais interessantes, e tiro uns minutos pra ler os blogs e sites que eu gosto. Terminado, eu pego meu mp4, ligo e fico ouvindo as minhas favoritas enquanto redijo as minhas matérias.

Passando umas 2 horas, já to extremamente cansada de ficar ouvindo as mesmas músicas.
Tá certo que tem umas trocentas e cinquenta e duas músicas no arquivo, mas experimenta ouvir repetidamente todas pra ver se não cansa também.
Enfim, continuando...

Tem uma hora que me dá nos nervos e resolvo me arriscar em algumas rádios daqui.
Pra quem não sabe, o Pará é a terra do brega.
Tá bom, também tem Calypso, mas brega, brega, é um negócio meio diferente, podem ouvir aqui e aqui.
Por falar em Calypso, fugindo ainda mais do assunto, só um comentário: no Pará não tem só Calypso, porra! Nada contra, lógico. Mas viajei um tempo desse, e pra todo mundo que eu falava que era do Pará, soltava o "Calyyyyyyyyyypsôôôôôôôô...!". Foi meio irritante, sabe. E outra, Calypso não é brega, é calipso. Eu estive em Floripa no mês passado, e tudo mundo pensava que brega era sinônimo do Joelma e Chimbinha. Mas não é.

Volta pro texto, Taynar!
O Pará é a terra do Brega, e sendo Belém a capital, vocês não tem noção do tanto que toca por aqui. E eu, arriscando o meu bem-estar rockístico, meio que me divirto ouvindo. Hoje, foi até uma tarde dessas, por isso, resolvi escrever. Mas acreditem: eu não entendo muito, então me perdoam se eu pecar alguma hora.

Nas rádios, como eu já disse, nos carros, nas festas, e, principalmente, nas aparelhagens, o que dá por aqui é mesmo o brega.
É assim: tem um ou mais Djs, umas caixas de som super potentes, umas luzes que mais parecem aquelas de farol (Dá realmente pra ver no céu, há uns 10 kilometros de distância), e segundo um amigo meu, tem telão que só rivaliza com os que têm nos shows do U2! (Não sei se foi o efeito do álcool, mas ele jurou que só o Super Pop, ou o Rubi, ou podia muito bem ser outra, e o U2 tinham um telão daquele!). Aí, rolam os bregas e o pessoal sua que nem um pupunha dançando. E aqui eu assumo: em tooooooooooodos esses meus muitos 22 anos, só fui uma vez. Mas, quem vier no Pará, não pode deixar NUNCA de ir numa aparelhagem. Fora que TODAS têm o seu símbolo. Tem o S do Super Pop, a pedra do Rubi e o P do Príncipe Negro, que todo mundo tem que saber fazer com as duas mãos. É uma coisa de doido, que eu nunca acerto. Tenho té uma foto tentando fazer o 'S', que ficou igual à um 'Z'.

Enfim, as músicas dão realmente vontade de dançar, mas as letras, são as coisas mais legais de se ouvir, e com certeza, o ápice da criatividade.
Lembro que teve uma micareta que eu fui, há uns zentos anos, que até o Ricardo Chaves tinha aprendido a letra de uma e cantou. Era a da Lavadeira. Algo do tipo "vai, lavadeira, lavar, lavar a leda...".

Mais pra frente, mas um pouquinho ainda lá atrás, o sucesso era uma com o refrão: "teu pai toca, tua mãe dança, ah, ah, ahhhhhhh". Mas já tivemos, de lá pra cá: "se fingindo de mocinha, com um dj considerado a detonar, eu juro você vai pagar", a poética "tic-tic-tac eu vou esperar e o relógio eu vou quebrar, pro tempo não passar e a gente se amar", também não posso me esquecer do "Val, pescador, Val, pescador, você é quem comanda o coração das super xanas", e a "sou das coelhetes, meu amor, te amo tanto, você nasceu pra mim, meu S. coelho, I love you". Ninguém soube me explicar ainda quem era o tal pescador ou mesmo o S. Coelho, mas como eu disse, de uma poesia onírica.

Agora, a que toca TODA HORA (acreditem, é toda hora MESMO) é "lábios tão vermelhos, lábios tão bonitos, é o amor, eu não posso esquecer dos lábios, num quarto fechado, eu não páro de pensar em você". Eu acho qúe só ouvi essa música umas 859.623.584.545.498 vezes esse julho de férias. Quase nada.

E ainda têm as galeras, que são o pessoal que vai, frequenta sempre, e curte (eu acho! Tentei pesquisa na internet, mas não achei muita coisa, e como eu disse, não sou frequentadora assídua). Eu já ouvi bregas do galera do Pote, do Tapanã, das Coelhetes, Rock (!?), e por aí foi. Sabem as músicas, e principalmente os passos. É um tal de rodopio, joga pra cima, roda que nem pizza, desce, enrola a mão com o lado, enquanto o parceiro sai rodando pela outra... Que minha nossa Senhora! Só consigo dançar, e olha que mais-ou-menos, depois de algumas doses, porque senão, é dedão de alguém engessado.

Pra quem ficou interessado, eu recomendo esse site, pra ouvir algumas coisas.
Mas se vocês querem mesmo saber, o Youtube é o lugar com as pérolas.
É tudo de uma riqueza artística, digna das letras...

O Pará não é só açaí.
E, falando nisso, o que é o açaí que se toma fora daqui, hein??
Mas isso já é assunto pra um outro post.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Deny, deny, deny

Negação.
Um tipo de situação que eu adoro, ou na verdade, que me ocorre acontecer muito: negação.
Às vezes, a gente nega tanto uma coisa que acaba meio que se convencendo dela. Não se convencendo pra valer, mas o suficiente pra consciência deixar-nos um pouco em paz.

Já ouviram falar em carência?
Segundo o Priberam, é falta, necessidade, privação.

Às vezes, quando a gente tá carente, nega até a alma.
'Não, não tô carente, só acho que esse cara, pra quem eu nunca dei bola e que eu sempre achei repulsivo, anda, na verdade, bem jeitoso'.

O que me lembra aquela piada de bêbado numa festa. Quando o cara chega, só tem mulher feia. Depois de 5 cervejas, já acha algumas dali simpáticas. Depois da décima, todo mundo é lindo.

Não deixa de funcionar da mesma forma com a carência.
A gente faz cada coisa por sentir necessidade de ter alguém...

Conheço uma pessoa que namora há uns 8 anos com um escroque, por ter medo de ficar só. E ela nem gosta dele. Conheço também uma que vive mudando de parceiro, porque não sabe ficar só, mas também não consegue ficar com ninguém, porque não se apaixona.

Na verdade, a gente faz muita besteira.
Se convence de loucuras, tudo pra suprir essa necessidade.
Vê cordeiro em lobos, porque simplesmente, olhar pra frente e não ver nada é foda.

É normal?
Talvez não seja a coisa mais sensata ou acertada do mundo, mas as pessoas erram. E isso não é desculpa.
Carência, todo mundo tem.
Vai de cada um supri-la, do modo que conseguir.