quinta-feira, 29 de abril de 2010

At least I thought I was but there's no way of knowing

Em termos, às vezes, eu costumo aprender com as pessoas.
E eu aprendi uma lição valiosa: as pessoas têm muito pouco, ou quase nenhuma, responsabilidade com o que dizem.
Quanto mais eu olho, é isso o que mais enxergo.
Mas até eu mesma caio nesse problema, de vez em quando.
É achar que o que se diz aqui, pode-se muito bem negar ali. Ou simplesmente não ligar.
Não ligar se é verdade, se realmente acha-se isso, ou pior ainda, se isso fere ou afeta alguém.
Todo mundo é muito dono da verdade e cheio de si. Eu sou isso, aquilo, e penso a, b e c.
Quando chega a hora e a realidade aperta, ninguém é mais isso ou aquilo, e o que eu disse foi de brincadeira, nem foi sério, poxa!
É raro manter o pé fincado a cerca dos 100% que sai de cada boca.
É mais fácil ser leviano e os outros que se lasquem, porque, afinal, são os outros.
Errar é humano, e blá blá blá, mas persistir no erro, ao meu ver, é falta de caráter. É não ter dignidade.
Magoar, ferir, mentir, enganar... Ou simplesmente não ligar, não ter palavra, ou a mínima consciência do ser/estar alheio, tu realmente achas que essas coisas são tão diferentes assim uma da outra?
As pessoas costumam achar que somos definidos sempre pelos grandes gestos.
Eu acho que nos pequenos e insignificantes atos residem muito do que vai no âmago de cada um. Quem tem olhos que veja.
As pessoas tem muito pouco responsabilidade com o que dizem.
E o que me surpreende é que não estão nem aí pra isso.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

And you can tell everybody

Eu tenho uma caixinha preta.
Ela não tem nada demais. Não é especialmente bonita, nem valiosa. Na verdade, é até bem rasca. Tem as beiradas lascadas, a superfície arranhada e é áspera por dentro.
Um verdadeiro horror, mas eu nego pra quem perguntar.
Já nem lembro em que momento a caixa passou a fazer parte das minhas coisas. Só parece que sempre esteve lá.
E eu não consigo deixar de colocar coisas dentro da tal da caixa. É algo meio mórbido, sabe.
Pego um origami lindo que ganhei, jogo lá dentro, segundos depois olho, e o belo formato se desfez.
Guardo um docinho, e quando vou comer, ele está com um gosto estranho.
Coloco um perfume, e puft!, o cheiro se torna algo meio estranho, não de todo ruim, mas nem um pouco bom.
Flores então...! Nem contarei o que acontece com essas formosuras.
Tudo que eu ponho ali fica meio que imprestável, ela tem esse poder. E olha que eu já quebrei a minha cabela tentando entender o porquê.
Mas apesar de ser quase inútil e me dar muita dor de cabeça, eu simplesmente não consigo me livrar da caixa.
Pra onde eu vou, ela vai comigo, um peso nos meus pertences. É um elefante branco, que eu não paro de encarar, mas que sigo negando que me causa transtornos. Basket case.
Mas será que 'ela' tem culpa?
Ou serei eu a culpada por insistir em querer utilizá-la quando, invariavelmente, ela arruína com tudo?
Pobre da caixa. Um dia eu cheguei a acha-la bonita e indispensável. Hoje ela é um peso.
Acontece com os melhores objetos.