terça-feira, 28 de abril de 2009

São dois pra lá, dois pra cá

Eu abro, fechando a porta.
Vou, querendo ficar.
Grito, tentando esconder.
Rio, buscando chorar.

Eu faço tanto, querendo desfazer.
Eu abro uma porta, querendo fugir pela outra. Vou embora, mesmo se me chamam, querendo ser chamada. Grito, pra esconder os meus sussuros, e rio, pra ver se o choro sai.
Faço promessas, que sei que não vou cumprir. Tomo atitudes certas, crendo que estão erradas.
Tento com toda minha racionalidade ofender a razão. Porque só isso tem graça, e é sem graça ser diferente.
Perco o foco tantas vezes, com a mente sempre em alerta. Conto as horas, num relógio atrasado. Os dias passam, mas nada nunca muda. Ou muda, permanecendo no mesmo lugar.
Leio livros sem palavras, ouço músicas sem versos. Sinto falta de momentos que ainda não passaram. Eu até abro a geladeira, procurando coisas que não estão lá.
Eu ando por vários caminhos, desconhecendo todos os passos. Eu rezo, mesmo sem acreditar.
A espera cansa, mas a ansia anima. Escrevo tantas linhas desconexas, querendo fazer uma conexão com a minha mente.
As cores são vivas, mas o cinza tinge o céu.
Na verdade, é só meu jeito de te encontrar, querendo me perder.

* Vai chegar o post número 100! Alguém tem alguma idéia sobre o que eu devo escrever? Meu muso da inspiração sumiu...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

E eu perdi as chaves, mas que cabeça a minha...!

Perdida, andando, pensando, viajando.
Seguia reta, com duas mil coisas em cada mão. Bolsa, óculos, livro, pasta, casaco. Olhando pra frente, vendo um nada mental.
Quando foca, um perfil conhecido, que pára e olha.
Ela segue, como se fosse de pedra, mas dentro, um turbilhão de coisas, dentre elas, nervoso, excitação, medo, expectativa. E a consciência. Tudo pode faltar, mas a sua consciência, aquela crítica, aquela ácida, aquela que não lhe deixa viajar para tão longe, tornando a volta dolorosa ou impossível, sempre está lá.
Passa, pára, abraça, dá beijo, conversa, convida.
Vai embora, achando que deveria ter feito mais. Mas sem saber o quê.
E a consciência? Segue junto, calando-se subitamente.

terça-feira, 14 de abril de 2009

I'm just not there

Hoje, amanhã, ontem, eu sonhei contigo. Na verdade, até acordei com o sonho nos meus olhos.
É a terceira vez que vou dormir pensando, e durmo sonhando contigo. Terceira vez seguida. Nas outras duas eu nem se sonhei realmente, ou se pensei tanto antes de dormir, que estou confundindo as coisas. A mente prega peças engraçadas na gente, e quem sou eu para questioná-la?
Mas hoje foi tão diferente. Porque o sonho foi simples, mas tão verdadeiro, que eu acordei triste, por não ter ganhado o beijo simples com o qual sonhei, onde a tua barba mal feita roçava na minha boca, através das grades da janela de onde eu estava. Eu até lembro da cor dos fios refletidos pelo sol. Celine que sou.
E eu sei que eu disse que não falaria mais essas coisas. Eu sei que concordamos discordado nisso. Mas essa simplicidade era tão cheia de significado que, pela primeira vez, eu cansei de sonhar.
E eu tenho algo com sonhos, sejam os dormidos, ou sejam os acordados, na verdade, principalmente os acordados: quanto mais acontece, mais distante fica.
Eu tenho esse mau costume. Não sei se os sonhos são a única materialização que certas coisas assumem, ou se simplesmente eu me deixo levar demais. Mas como sempre, eu divago mais que qualquer outra coisa.
E nem tristeza é, até porque, contrariando a canção, pra mim ela tem fim. É só uma sensação agoniante de que existe tanto pra acontecer, mas...
Eu quero mais, não mas.
Vem me dar?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

I've been trying to be where you are

Infelizmente, certas coisas são assim. A distância é assim, o oceano é assim, a vida é assim.
Se dói aí, dói aqui. E muito.
É uma dor, uma lágrima, uma vontade de ficar, sabendo que, agora, se tem de ir.
Mas a gente segue em frente, acreditando que nada é em vão, e que certas coisas são com certeza mais fortes.
Não se sabe como, a gente só segue em frente.