quarta-feira, 26 de maio de 2010

Deixa eu só te dizer o quanto eu gosto de você

Sim, isso ainda existe.
Não, não pretendo deletar.
Eu nunca pretendi fazer do blog o meu diário. Eu nunca fui boa nisso, nem muito comprometida.
Eu penso mais em uma espécie de scrapbook. Surge alguma coisa, e eu vou lá e pluft!, deixo marcado. Têm coisas das quais eu me orgulho, têm outras das quais eu tenho vontade de esquecer.
É mais fácil, e pra mim, faz mais sentido.
Mas esse mês foi tão estranho e tão diferente.
Ando muito estranha, até para comigo mesma.
Caindo de sono. Mas quando chego perto da cama, ela só me serve pra rolar e pensar.
Meio bipolar, coisa que sempre fui, mas ao mesmo tempo, com reações adversas.
Acordo com sonhos de aniversários que perdi na cabeça, mas que na verdade, ainda nem passaram.
Abrindo mil vezes o editor pra escrever, com mil idéias, mas sendo incapaz de conseguir escrever uma.
E enquanto isso, as pendências no meu criado mudo só vão aumentando.
Quando vou arrumar o meu quarto, eu me engano dizendo que o que eu colocar em cima dessa mesinha branca, do lado da minha cama, vão ser somente as coisas com as quais eu preciso lidar imediatamente.
Imediatamente, duas semanas depois, despachos os atrasos para dentro dos vários armários que têm nessa casa.
O que eu faço com a consciência? Já tô treinada na arte de ludibriar essa danada.

Mas tem três coisas especialmente boas.
Uma delas acontece agora. Dia 30.
Aniversário do meu irmão.
Eu não tenho muitas lembranças de quando ele nasceu.
Lembro da minha mãe chegando com aquele embrulhinho, mas algo muito difuso.
Lembro dele só dormir comigo embalando a rede dele, antes de ir pra aula.
E lembro de passar sal na chupeta dele, por ciúmes.
Sim, eu fui uma irmã ciumenta! Não sei como, mas simplesmente aconteceu. Eu reinava absoluta, até aquele pirralho magrelo aparecer.
Era magrelhinho, pequeno e sempre se dava bem. Por mais que ele aprontasse, a culpa sempre era a minha, porque eu era a 'maior'. Que raiva me dava.
Eu brigava, xingava, deixava que meus amigos pegassem no pé dele, e nem ligava.
Até o dia em que ele deixou de ser o meu irmão menor. Até no dia em que numa dessas brigas/lutas de brincadeira, dele me virou de cabeça pra baixo e me jogou de encontro ao chão.
Quando aquele pirralho tinha ficado tão forte? E de repente, tão bom?
Tão inteligente, esperto, bonito e de bom coração? Nossa, que coração!
Até hoje, eu ainda olho e vejo o menino que dizia 'Naná, me dá o kepchupi!'!
Mas ele tá naquela de 'eu já sou bem adulto e tenho duas mil e quinhentas namoradas' [Na minha humilde opinião, todas horrorosas!]. Ou aquele que vira e me diz 'dorme aqui comigo hoje'. E ninguém entende como duas pessoas com mais de 1.70 de altura conseguem dormir num colchãozinho de solteiro, agarrados um no outro.
Nesse dia, esse pirralho magrelo, que fica me chamando do quarto dele pra me mostrar algum vídeo sem graça no youtube, tá fazendo 20 anos. Vinte anos.
Se alguém disser que ele tem mais de sete, leva porrada.

Eu nunca quis fazer disso um diário. Muito mimimi me dá nos nervos.
Mas hoje, só por hoje, eu queria poder estar lá, do lado dele. Pra dar uma lambida na cara dele, sair correndo, e gritar:

Mala, PARABÉNS! Tu és o meu orgulho e a pessoa que eu mais amo nesse mundo!

2 comentários:

Rafaela Meireles disse...

Querida.. amei seu blog.. estou te seguindo.. se interessar sobre dicas, meu blog é novo mas estou empolgada! bejjos

Anônimo disse...

Amor fraternal é tão lindo, armários cheios tão incovenientes....