sábado, 25 de setembro de 2010

I'm in here, can anybody see me?

Eu começo achar que tenho sérios problemas.
Não que alguma vez eu tenha de fato desconfiado dessa afirmação. Eu convivo comigo e minha mente, logo sei que normalidade não é habitué daqui.
Não acho que esteja fazendo papel de palhaça, porque eu não vejo muito riso em mim, ainda que sirva de motivo de graça pelo meu cinismo e sarcasmo, afinal, é tudo tão absurdo que se eu não fizer piada, vou sair quebrando alguns pratos, de fato.
Se não sou palhaça, sou então algum tipo de exibicionista sem platéia. Porque eu realmente me sinto berrando, com roupas coloridas, cartazes gigantes e trinta holofotes de máxima potência em cima de mim.
'Hey, olha pra cá! Eu tô aqui! OOOOOOOOOOOI?'
E nada! N A D A. Cadê a platéia, minha gente? To gastando meu melhor número. Grande número, devo dizer. E nada.
Minha frequência de berro é diferente, e a audiência é daltônica e surda?
Começo a crer que de fato o problema tá em mim.
Porque eu tenho que ter sérios problemas pra continuar nesse freak show que não me dá nada, nada. A não ser uma sensação de que tô me esforçando em vão.
De que adianta? O que adianta berrar pra quem não quer ou pode ouvir?
Acho que vou aposentar esse número. Tô muito cansada.
Boa sorte com o próximo candidato.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tirando tempo de tudo que é perecível

Oie, tudo bom?
Cortando o que enche a linguiça, eu pouco sei se ainda tenho noções de como escrever alguma coisa.
Tenho passado tanto tempo vagando por dentro da minha cabeça, que lembro muito raramente que tenho que subir a superfície e checar o mundo. E acreditem, isso pode ser bem ruim certas vezes.
Mas eu não reclamo. Tenho uma boa mente, uma boa vida, e conheci boas pessoas em boas cidades. Nossa, baunilha? Sim, mas ainda verdadeiro.
Dizem que quando viajas, sempre deixa um pedaço teu em cada canto que vais.
Me despedacei tanto esses tempos que tô parecendo um quebra-cabeça com peças perdidas. Mas novamente, eu gosto disso. Gosto de como me sinto agora, como me senti em cada canto, e como me sinto agora pensando em cada canto que fui. É estranho. Divertido, bonito, confuso, mas estranho.
As coisas têm me afetado de modo estranho. É como se tudo apenas riscasse a minha 'casca', deixando tudo que está lá dentro intacto. Novamente, estranho e divertido.
Eu não me preocupo.
Nem com as minhas dores e feridas, porque, claro, eu as tenho.
Venho tentado me manter a manger dessas coisas. É incrivelmente difícil viver carregando um cemitério na cabeça.
Dói? Sim, mas não mata.
Não é verdade?