sábado, 12 de setembro de 2009

That's the girl who is never home

Eu tinha dito à mim mesma que ia dar um tempo dos posts dark and twisted, porquê, vamos lá, tem hora que isso dá no saco.
Mas o que eu posso fazer se quando chego em casa, ainda quero abrir certas portas, que eu sei que não posso, corrigindo, não devo abrir?
Tá, eu também me canso de analogias com portas, mas agora é muito sério esse negócio com elas. Sério e bem real.
Porque tudo que eu quero fazer agora é atravessar uma porta. E isso é muito chato, sabe, quando tu queres fazer alguma coisa que tu tens ciência de que não é certo fazer, mas ainda assim, tu sabes também que não vais conseguir dormir caso não o faças.
E isso quando tu te atens só ao básico da questão. Nem vou comentar os derivantes, porque aí eu posso ficar umas boas duas horas falando sobre eles. E sobre querer e esperar, e principalmente desesperar. Não no sentido pérfido e carregado da coisa, mas o desesperar de conseguir estar ciente de não esperar por coisas das quais tu não tens conhecimentos e não dependem de ti. Mas isso não vem ao caso, e ler três livros pesados num mesmo dia te fazem ficar com a cabeça bem surtada.
Aí, no fim, tu ficas na encruzilhada, de noite, sozinha. Vou ou não vou?
Como é que se tranca portas mesmo?

11 comentários:

Anônimo disse...

Uma conhecida minha [uma senhora de 75 anos] diz uma frase que sempre me faz partir de dar risada: "Ivan, o ser humano é um projeto inviável."

Quando eu termino de rir, em geral fico mais inclinado a acreditar no que ela afirma. Se por um lado a idéia carrega um aspecto trágico e desesperador, por outro também tem um sentido liberador. Ou seja, ninguém nunca nos ensinou a fazer as coisas erradas, aquelas que nao podemos/devemos fazer, como por exemplo, mexer em portas. Mas fazemos.

Fazer o que? Eu não me contenho. Preciso ver o que está ali do outro lado, mesmo que seja simplesmente pra me certificar que continua sendo aquela mesmíssima imagem.

Inviável.

Bjo.

Ivan.

Unknown disse...

Tem algumas portas que eu não posso abrir:
- a da geladeira quando tem bolo de morango com nata;
- a do cofre do banco quando não tenho mais grana;
- a porta do pensamento dos outros, as quais daria tudo para saber o que 'escondem', mas independem da minha vontade.
Certas portas abrem-se por si e cabe a nós ponderarmos se devemos ou não ultrapassá-las.

Beijos, guria!

Maldito disse...

Ja tentou as janelas?
Inté

Paulinha* disse...

Quando eu quis abrir portas e não conseguia fecha-las dps, eu lia livros até as 5 da manhã...me ajudava a esquecer da realidade.

Paloma Flores disse...

Com a chave...

Emerson Souza disse...

Hummm,
Quando fico num caminho parecido recorro ao cinema. Vejo um delicado filme francês (como o "Ele é Bonito" ou "Pintar ou Fazer Amor") ou um esquito e tarantinesco filme coreano (Oldboy, por exemplo) só pra constatar o quanto minha vida é leve, o quanto ela é fácil de entender.
Comigo dá certo.
Bjus.

Anônimo disse...

Hey, hun.. it seems like u r never home and never here... come on, hit this hammer!

Ivan.

Sisa disse...

Sabe, teve uma época que eu só reclamava no blog. Durante um tempo eu tentei me segurar, mas peraí... se neste espaço a gente não pode dar vazão ao que sente, onde vai dar? Pra quê engolir coisas simplesmente pensando em não aborrecer quem vem ao NOSSO espaço? A gente tem que escrever o que vai no coração, sabe.

Beijo grande, e me espere. Daqui a umas 2 semanas estarei desembarcando!

Sinceras e Apimentadas disse...

Melhor é trocar a fechadura!!! haha um pouco de humor sempre vai bem.

Adorei a tua descrição do blog, agora que percebi.

Beeijinhos
Passe no nosso, fique a vontade.

Nane

M.M. disse...

Sempre que estou assim, parada em frente à porta, com a mão na maçaneta e, no fundo, sei que não devo abrí-la, também recorro a livros, às vezes, a um filme, ou chamo amigos para me ajudarem!
Agora, descobrir como se tranca de verdade, ainda não consegui. Se souber, me conta, tá?
E adoro seus posts, sejam dark ou não!
Boa semana,
Beijos ;)

Fernando Ramos disse...

Linda, só trancando-as mesmo. Porque eu sempre vou. Sabendo que ao pasar pela porta posso até voltar, mas terei arrependimento de tê-la atravessado.

Então, tente assim: quando não conseguir trancá-la, imagine no arrependimento que terá por atravessá-la. Às vezes faz com que desistamos. Às vezes. Bem às vezes.