terça-feira, 28 de julho de 2009

I promisse that I won't do that anymore

Eu me senti vazia.
Sabe aquele tipo de vazio que te preenche por dentro, te faz estranha dentro do teu próprio corpo? Hoje, ontem, semana que vem, eu me senti assim. Tempo é um negócio ao mesmo tempo engraçado e desconexo certas horas.
Não é igual ao nada, ao indiferente. É um vazio. Como se eu fosse oca por dentro, cheia de ar. Igual aqueles brinquedos antigos, aqueles com partes internas removíveis. Tira-se tudo, o que sobra? Com certeza não é o indiferente.
Eu senti no movimento do meu corpo o total desprezo pela física, pelo calor, pela sensação.
Palavras estranhas essas.
Sensação, sentimento, emoção. Tão estranhas quanto vazio. Vácuo. Zero.
É assim que eu me sinto.
E o engraçado é sentir o vazio, porque ele chega quase a ser palpável, só que se eu tornasse isso algo com forma, eu não tenho certeza de que ele não seria completamente sem forma.
Vejo o meu corpo se mover, mas é como se meu corpo e minha mente fossem duas matérias distintas, eu sei que são, mas distintas de mim, distintas uma da outra. Não têm ligação.
O meu corpo se move e minha mente observa. É estranho, porque, supostamente, eu deveria estar sentindo alguma coisa. Supostamente é até leve.
Eu TENHO que sentir alguma coisa.
Mas eu só consigo sentir esse vazio. Então meu corpo continua se movendo, minha cabeça continua observando.
Eu sinto por ti, mas sinto ainda mais por mim, afinal, sentir nada seria pior que sentir vazio?
Eu não sei.
Em certas horas, sentir o vazio deve ser melhor do que sentir qualquer outra coisa...
Eu creio nisso. Eu quero crer nisso.
Então, o que fazer com esse vazio? Acho que vou deixá-lo exatamente onde está.
Assim, quando a porta se fechar, eu poderei senti-lo.
Outra vez.

7 comentários:

Vera disse...

Engraçado que este vazio às vezes é o que de mais real e palpável existe dentro de nós.


Beijo.

Paulinha* disse...

verdade, as vezes o vazio é mais fácil de se acostumar do q com a presença...
beijo,moça!

Sisa disse...

Eu não me importo de ficar triste, ou com raiva, ou estressada. Mas quando vem esse vazio palpável é como se fosse fim de carreira. Como que eu duvidasse que um dia vou ser capaz de sentir alguma coisa de novo. Costumo me referir a ele como "vazio sem vaso", porque lembro da professora de português estudando este poema com a gente e lembro que a sensação que me ficou foi bem essa... onde não havia nada, ainda por cima tiraram alguma coisa. Enfim.

A parte boa é que a gente sempre volta a sentir, por mais que ache que vai ficar assim.

Beijos, e se prepara. Daqui a um tempo, quando esse vazio chegar, me liga que a gente toma um porre de vinho alentejano pra encher o lugar dele, rs.

Jhennifer Cavassola disse...

Oii! Como vai?

Passando pra avisar que minha bebê nasceu.

Beijos

Fernando Ramos disse...

Eu daria tudo, tudo, pra sentir o vazio. Porque transbordando até a tampa como estou, começo a repensar se quero reviver isso novamente. O custo à pagar é muito cara quando as coisas não dão certo.

Viviane de Campos disse...

eu não aguento mais o vazio.... não to conseguindo nem escrever, nem pintar, nem nada por conta dele.... tá me dominando..... ou melhor, estou me acostumando a ele...
precisamos de paixão.... não só por alguém, por qualquer coisa...
pelo menos eu sou movida a paixão...
bjs

M.M. disse...

Sim, sei bem como é sentir este vazio...
Incrível, já senti exatamente o que descreveu!
Vim conhecer seu blog e adorei!
Muito bom!
Beijos