sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Como eu não pensei nisso antes?

E o post de hoje vai pro Gustavo. Espero que esteja à altura das suas expectativas, e dos seus elefantes magros.


A mente é um bichinho que um dia, Ah! Um dia..., eu hei de entender.
Entender o pensamento, principalmente os meus, é algo que só quando eu estiver no level jedi de ser, talvez eu ache uma explicação, mas hoje terminei o dia pensando sobre a mente e seus pensamentos.

Às vezes, eles parecem um bicho amigo, sabe, igual aqueles poodles, que só faltam enfartar de tanta felicidade quando te vêem, depois de passar uma tarde toda sem a tua companhia (Eu prefiro gatos! E não me apedrejem, por favor!). Eles são amigos, e sendo amigos, às vezes, utilizam-se da 'mentira amiga' pra não te fazer sofrer. Ou seja, te fazem acreditar que o Papai Noel, de verdade, existe, ou que um dia os impostos no Brasil serão menores, apesar do letreiro gigante em neon verde que fica berrando o contrário. A mentira é branda, e justifica-se, dizendo benéfica, tudo pra não te causar dor, pra tu ires levando a tua vidinha besta e crendo que amanhã, Ah! Amanhã!...
Um negócio muy amigo, muito atencioso, e até zeloso, sabe.
A mente pode ser amiga.

Mas, às vezes, Ahhhhh!!! Às vezes... (Fazendo aquela cara maquiavélica, que as crianças de 7 anos fazem, quando querem assustar as de 5, contando aquelas histórias do cara com uma machadinha, ou um cutelo, ou uma moto-serra, ou... Volta, Taynar, volta...)
Dá vontade de abrir o cerébro e perguntar diretamente à este senhor, o que, diabos, se passa lá por dentro. Por que na maioria das vezes, os pensamentos não são naaaaaaada amigos.
E de quem é a culpa, de quem, de quem? Um doce pro advinhão!

Pesquisando, pela, ó-salve-salve, internet, achei umas coisas legais.
Em média, temos de 40 à 60 mil pensamentos. É coisa pra caraleo, não?
Por um lado sim, mas se tu descobrisses que de 10 pensamentos que tivestes hoje, 7 tu pensastes ontem? É verdade, em matéria de pensar, não somos muito inovadores...
E mais um fato pra fazer a mistura: os cientistas (Cara, como são fodas!), hoje em dia, já estão desenvolvendo um processo que consegue dizer que imagem uma pessoa está olhando e que música está ouvindo, por imagens escaneadas das atividades cerebrais, o chamado "Thoughts read". É uma espécie de previsão-comprovadamente-real-à-la-Mãe-Delamare do que se passa na nossa caixola. Já é quase possível escanear as ondas criando 'imagens' dos nossos pensamentos. Claro que ainda é tudo muito experimental, mas o sentido é esse, um leitor de pensamentos.
Então, dessas, vamos dizer, 50 mil coisas que tu pensas por dia, 70% tu já pensastes anteriormente. E tem alguém capaz de 'ver' o que pensas...
Acho que muita gente ficaria com vergonha de pensar.

Olha só, se ontem tu pensastes na escalação do Botafogo pro jogo do próximo domingo, hoje vais pensar de novo isso. E ao invés de estar tentando pensar numa idéia realmente revolucionária, vais estar pensando as mesmas coisas, em como o técnico é um tapado por não escalar um daqueles centroavantes que jogam como se o mundo fosse acabar amanhã, ou em como o presidente do time podia contratar alguém de fora, pra levantar a moral da torcida, e por aí vai...
Sem perceberes, estás te chateando com as mesmas situações todos os dias, batendo cabeça com os mesmo problemas, perdendo fios de cabelo diariamente por deixar um problema te afligir quase que ad aeternum.
É, pensamento, nós temos que conversar.

Os cientistas (novamente eles, se eu fosse gênio, queria ser cientista), estudiosos desse órgão complexo e meigo que é o cérebro, afirmam que somos, num nível consciente, responsáveis pelo que pensamos. Algo a ver com neurotransmissores, alterações químicas e pensamentos de Collin Farrel e eu casados. Há!
Não, mas é sério.
Segundo pesquisas, parece que a felicidade, que nada mais é do que ter pensamentos positivos a maior parte do tempo, provoca alterações químicas no cérebro que exercem efeitos benéficos sobre o organismo. Da mesma forma que pensamentos negativos ou depressivos causam alterações químicas que prejudicam o corpo.
(Tá bom, vou parar com esse tom professoral, que tá ficando muito auto-ajuda)

É aquele negócio, no qual ou escolhes o teu bem-estar ou vais ficar a vida toda amargando a dor do membro que não existe mais. A velha história da dor que é o inevitável, o opcional é só o sofrimento. Leiam de novo. O p c i o n a l.
Ou seja, não tens como evitar uma queda, ela acontece, o teu time perdeu, aquele contrato não saiu, o namoro acabou: rala o teu joelho, deixa aquela marca e dói por algum tempo, como na hora em que tomares o banho, ou vestires aquela calça, ou ainda quando sair parte do cascão e sangrar de novo. É normal chorarmos algum tempo. Mas ficar se lamentando pelo resto da vida por causa da marca na tua perna... Bom, aí já é doidice.
Caiu, bateu, doeu, como diz o comercial, é inevitável não chorar. Mas chorar pra sempre? Não sei não...

Descartes, importante filósofo, físico, matemático, ator e modelo, nas horas vagas, disse que a essência do homem é pensar.
Se somos responsáveis, no nível consciente, eu sei!, pelo que pensamos, somos responsáveis então por nosso sofrimento.
Porque será que a gente reluta tanto em assumir isso?
Porque não assumir e até nos orgulharmos das nossas marcas, cicatrizes, hematomas?
Eles são a prova física de que sofremos e continuamos lá, firme e forte, prontos pra próxima aventura.

Todo mundo chora, todo mundo sofre, mas nem todo mundo tá cortando os pulsos, ligando pro tele-horóscopo pra saber se amanhã vai ser melhor, ou fazendo mandinga pra piriguete alheia morrer...

Então, é aquela coisa: ao invés de estares pensando coisas realmente novas, imaginando a tua viagem pra Reykjavík, como tu podes fazer com que aquele texto peba que tens que escrever todos os dias não saia nunca igual a cada novo dia, ou então, como simplesmente ser diferente todos os dias, pensar coisas legais, novas, interessantes e até mesmo, porque não?, completamente insanas, vais preferir ficar na escalação de futebol do teu time?

'Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente'.
(Descartes)

Moi aussi, tio!

Nenhum comentário: