terça-feira, 29 de julho de 2008

Sussurre em meu ouvido só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa




Ultimamente, ando com muita vontade de postar, de falar, essas coisas.
Penso em tantos assuntos, em tantos temas legais, mas acabo não conseguindo desenvolver nenhum deles.
Tenho tanto pra dizer...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tenho medo do medo que dá

E quantas oportunidades a gente perde pelo medo. É piegas, mas acho que nunca deixa de ser verdade. Não sei se medo de medo, ou medo do que a gente acha que as pessoas acham que é certo e ir fazer o errado.

O fato é: a gente perde por medo. E quando vê, fica desejando ter uma nova chance, pra ver o que aconteceria.
Por muito tempo sofri da dor do que poderia-ter-sido-e-não-foi. Hoje em dia, eu aprendi a conviver e aceitar as minha decisões, mas ainda têm momentos...

Sabe aquelas pessoas com quem você topa uma vez na vida, totalmente por acaso, e depois se pega pensando: "O que eu não daria pra ter uma segunda chance e ver essa pessoa novamente?"
É o diabo daquele pensamento: Como eu deixei isso escapar?

Essa semana me lembrei do que aconteceu tem mais ou menos um mês comigo.
Tava fazendo umas das trocentos e cinquenta e duas conexões que, quem vai do Norte pro Sul, tem que fazer pra chegar em algum lugar; Belém, Brasília, indo pra Rio, pra depois chegar em Florianópolis.
Eram 6hrs da manha, eu ainda não tinha dormido e tinha bebido antes de embarcar, então não tava com o espírito mais animado. Ainda por cima, o dia tinha amanhecido nublado, e o Galeão (aeroporto do Rio) tava fechado, ou seja, MAIS atraso no vôo. Então, estava eu, com minha bolsa 'de mão' (onde devia caber uns dois cachorros de tamanho médio), uma necessairie e uma mochila com livros, encostada numa bancada, esperando... Quando um cidadão se encosta do meu lado.

(Pausa para uma breve explicação: às vezes eu sou a pessoa mais rápida do mundo em reação... pros outros! Comigo, sofro de indiferença aguda, às vezes, chamada de lerdeza pura)

Continuando...
Como tava cansada e só pensava em dormir, nem olhei pro lado. Ele começou a puxar assunto. Atraso, tempo, aquelas coisas bobas que a gente fala quando topa com algum desconhecido em aeroporto. Quando dei por mim, já tava falando sobre a minha viagem, da prova que ia fazer, ele do emprego, de como amava o Rio, dos lugares que já tinhamos visitado, e por aí foi.
Passei uns belo 40 minutos conversando com ele. Detalhe: o cara era gente boníssima, bonito, viajado, super simpático, e ainda tava me cantando!
Na hora do bendito embarque, ele me perguntou o número do meu assento, e por falta de sorte, era bem longe do dele. Nos despedimos e eu fui pro meu lugar, pensando como um cara daquele podia ter me dado bola e a besta nem perguntando o nome do ser humano. É, acreditem, não perguntei.
Chegando no Rio, ainda dei uma boa olhada pra ele, mas como ele tava todo atarantado, pegando a mala, nem me atrevi a ir lá.
Quando já tô na outra sala de embarque, o vi me procurando, mas aí já era tarde, e eu já tava embarcando de novo.

Moral da história: Poderia nao ter acontecido nada, pode ser que o cara, olhando mais de perto, nem fosse tudo isso, fosse um mala, um sociopata, tivesse mania esquisita, sabe Deus o quê!, mas isso é uma coisa que eu nunca vou saber, porque a besta ficou com vergonha de ir lá, trocar pelo menos um endereço de email.
E porque não trocou email? Porque ficou com medo.

É certo, hoje a gente nao sabe como andam as coisas, e ainda mais a mente das pessoas, e não dá pra sair por aí falando da tua vida pr'um cara que tu nunca vistes. Mas... um email?

Novamente: o que poderia ter sido? Não sei.

Só sei que não quero ser uma pessoa que tem medo.

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Medo... que dá medo do medo que dá

Lenine

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Ninguém precisa chorar

Digam o que quiserem.
Decepcionar os outros é ruim, mas decepcionar a nós mesmos é foda.
E eu falo com experiência de causa.

Sou campeã em dizer que nunca mais faço tal coisa, e quando vejo, pum!, aconteceu de novo.
Campeã das promessas feitas à mim mesma em falso.
Campeã em dizer: "Agora vai...", e fico no mesmo lugar.

Às vezes, nem são coisas tao grandes.
Às vezes, quer dizer, na MAIORIA das vezes, é só promessa de tempo. Mais tempo pra pensar, mais tempo só pra mim.
E quando vejo, tô me atropelando toda já.
Não é que seja ruim.
Na maioria das vezes nem é. Mas é bom ter tempo pra si.
Pra analisar, planejar, sonhar e descartar.
Principalmente descartar.

Como canta Nando Reis, é bom e é tao diferente.

E eu já consegui coisas tão mais difíceis.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

How much difference does it make?

Queria aprender essa difícil arte do despreendimento.
Queria ser dessas pessoas que conseguem fingir que as coisas não acontecem.
Queria ainda mais ser daquelas que não gritam quando algo não está de acordo.

É, eu sou dessas que gritam. 'Eu sou um dragão de pelo, eu cuspo fogo, não me escondam o jogo ou berro no ato'.

Queria ser aquele tipo de pessoa que não se importa, sabe?
Completamente indiferente.
Conseguir colocar fatos, fotos e até pessoa no fundo mais escondido da minha memória. E deixa lá atééééééééé... que o mundo não fosse mais mundo, e pessoas fossem coisas muito mais subjetivas, do que já são.
Que maravilha seria.

Fico pensando...
Acho que a maioria das pessoas conhece a fábula do passarinho, que tentava apagar o fogo da floresta, e os outros bichos diziam que ele não ia conseguir, aí ele retrucava que pelo menos ele tava fazendo a parte dele, e blá blá blá?
Nessas horas, eu me pergunto, o passarinho não cansou uma hora não?
Tenho certeza que sim...!
Tenho certeza que depois de algumas horas lá, se matando, se esbaforindo, ele deve ter pensado: “Mas que diabos, porquê só EU me importo, enquanto têm leão, jaguatirica, macaco, onça, e mais um monte de bicho que também vive aqui e já se mandou? Porque eu tô lutando sozinho?”
A não ser que o passarinho tenha um nível de evolução tão grande que eu não chegue a sequer compreendê-lo (e que nesse rol eu listo a Madre Tereza, Jesus, a minha avó, e mais alguns seres realmente iluminados), eu tenho certeza que uma hora ele cansou.

Agora, fiquei pensando...
Será que ele morreu tentando?
Nossa...
Ai já abre todo um outro leque de questões, mas vou me atear no que vim escrever, e deixar as elocubrações pra depois, senão eu piro.

Tô cansada de tentar salvar uma floresta sozinha.
Tô cansada de berrar, mostrando o que tá errado, e ainda assim, não mudar grande coisa.
Tô cansada de ser deixada de lado, de ter que esperar, esperar que as pessoas arrumem tempo, esperar que elas notem, esperar que compreendam que o descaso magoa.

Não sou o tipo de pessoa que consegue esquecer, fingir que não aconteceu.
Talvez seja um defeito crasso.
Talvez eu devesse ser daquele tipo: Magoou, pediu perdão, perdoou, seguiu em frente na mesma hora.
Tô mais naquele estágio do: Magoou, pediu perdão, perdoou, mas ainda segura o braço que apanhou, porque uma roxura não desaparece com palavras.
Qualquer lesão deixa marcas, algumas desaparecem com o tempo, outras num piscar de olhos.
Não sei se sou sensível demais, dramática demais, ou até, quem sabe, chata demais, mas essas lesões rápidas nunca acontecem com pessoas com as quais me importo.
Sempre é a mais doída, a que mais demora pra sarar.
E, na maioria das vezes, eu não me importo em te que sarar, porque eu sei que saro. Até que chega o momento em que eu canso e não brigo mais.
Tenho um ex namorado com quem sempre brigava sempre. Porque ele sempre aprontava.
Um dia, ele perdeu um pingente meu, que eu tinha dado pra ele usar.
Ele ficou completamente descompensado, achando que, no mínimo, eu iria matá-lo.
Que nada, tava tão cansada, que pra total surpresa dele, a única coisa que consegui dizer foi “Que se pode fazer, né?”. Fui tão indiferente (não por caso pensado, e sim por instinto), que ele me disse que preferia mil vezes os meus berros.

Eu demoro pra chegar no estágio de não brigar mais...
Demoro pra párar de me importar.
Mas quando chego nesse limite, a volta é quase impossível.
Digo quase, porque já aconteceu uma vez.
UMA vezinha só.
Mas levou dois anos pra sarar tudo.
Hoje sou capaz e tenho ombro pra suportar e dizer que valeu a pena.
Coisa que eu não sei se agora tá valendo a pena.

Ahhh, eu sei, as pessoas valem a pena, e blá blá blá, todo aquele papo demagogo, chato e ainda por cima, muito otimista-fantasioso pro meu gosto.

As pessoas valem a pena.
As atitudes às vezes que não.
Às vezes a melhor opção é tirar o exército de campo.
Teus soldados tão cansados, estás quase sem munição, a roupa já tá tão maltrapilha que não esquenta mais. E por fim, a comida tá no fim.

Agora?
Tô só jogando a minha toalha, e deixando esse assento vago...
O cargo é de quem se dispor.

terça-feira, 1 de julho de 2008

If a told you a secret

Toda vez eu prometo. Faço juras, acendo velas, falo em mover rios e montanhas, mas sempre fica na mesma.
E post no blog, nada.
Mas tentando desculpar minha mentiras, minhas mancadas, here I am (rocking like a hurricane... - estou musical hoje).
Por falar em música, estou com uma da Amy na cabeça, You Known I'm No Good, e qualquer referência, pode ou não ser um mero detalhe.
Me chamem de utópica, mas eu, verdadeiramente, acredito que existe como ser totalmente sincera com alguém que se ama. Não que eu não entenda os custos disso. Não é toda e qualquer pessoa que entende e aceita certas coisas. Ninguém é de ferro, e eu, muitas vezes, também choro, porque as coisas doem.
Mas acho que dói mais quando se mente, se engana, se esconde.
Como podemos dizer "eu te amo, e juro pra você", quando estamos cruzando o dedo?
Não que eu seja o caminho da auto-sinceridade, mas de verdade, quando eu minto pra quem eu gosto, minha consciência só falta pedir demissão. Me sinto mal, suja, desonesta... E penso: "Como eu espero que dê certo, quando não tô fazendo a minha parte?".
Sempre vai ter um que vai apontar o dedo e dizer que sinceridade total é tão mito quando a minha amiga Fernanda (Gente, juro que ela existe. Têm uns 5 anos que eu não consigo falar com ela, mas ela não é invenção da minha cabeça), mas eu acho que podemos tentar.
E ainda vai ter um engraçadinho, que vai me perguntar: "Você nao mente?" Eu minto! Mas não quero mentir pra quem amo.
Quem nao tem medo de expor aquele segredo mais obscuro? Aquele fato que a gente esconde até de nós mesmos? Eu tenho, eu assumo!
Fico pensando que no dia em que eu achar uma pessoa de quem eu verdadeiramente gosto, vou ter tantas coisas pra contar, que tenho até receio. SIM! É natural ter receio, mas já ouviram aquela música:
'E eu vou tratá-la bem, pra que ela nao tenho medo, quando começar a conhecer meus segredos...'

É por ai que a coisa vai.
Todo mundo diz que eu sou doida. E talvez até seja.
Mas quando eu me jogar de cabeça, não vou olhar pra trás e pensar que eu deveria ter feito algo que não fiz.
Não irei deixar restos em cima dessa montanha.